23 de set. de 2008

4º e 5º Encontros: preconceito lingüístico

A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.

A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?


Professor Carlos Góis ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.

Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.

O português são dois; o outro mistério.

(Carlos Drummond de Andrade)


O papel da Escola é formar um aluno capaz de usar tanto a variedade padrão da língua, quanto as diversas variedade informais existentes cada qual com suas diferenças regionais e sociais. Porém, a Escola está longe de cumprir esse papel, tendo em vista que nela o ensino da língua padrão é privilegiado. Mas o pior é que entende-se por língua padrão o ensino puro e simples de gramática durante as aulas, onde em frases soltas o professor ou professora ensina o aluno a fazer análises morfológica e sintática.
Não é sem razão que nossos alunos dizem em alto e bom som que odeiam português ou mesmo que não sabem nada de português.
Como professores de Língua Portuguesa temos um longo caminho a percorrer, para chegarmos ao ideal que é adequar o ensino da Língua à realidade lingüística de nossos alunos.