22 de abr. de 2010

... DE AMOR E DE MAR...

Este belo poema é do livro de poemas
da professora e escritora pessoense,de João Pessoa/PB,
Zilda Pedro
e está inserido em uma parte do livro intitulada
De amor e de mar...



NAUFRÁGIO

Quando te lembro
sinto-me tão sem porto,

perdida em um mar aberto à tantas perguntas

que nem te quero lembrar,

mas o pensamento veloz,

sem âncora para retê-lo,

me traz então tua voz

e o teu leve toque que me faz naufragar

e na ânsia de um porto

nado num último esforço

para morrer em teu mar.

Zilda Pedro

3 de dez. de 2008

Agradecimentos

Quero deixar registrado o meu agradecimento à professora do curso Alfabetização e Linguagem, Josselita Evangelista, por sua dedicação ao nos ensinar, por seu empenho em buscar diferentes materiais pedagógicos para enriquecer nosso aprendizado e por sua generosidade ao compartilhar conosco suas experiências e também por nos emprestar seus livros e nos enviar e-mails e muitos vídeos interessantes.
Agradeço, também, aos colegas do curso por terem feito de todos os encontros uma oportunidade de aprendizagem e de troca de experiências pedagógicas e de vida. Todas essas contribuições fizeram de mim uma profissional e uma pessoa melhor.

25 de nov. de 2008

29º e 30º Encontros - Experiências em sala de aula / Avaliação do curso.

Ao trabalhar leitura e interpretação de textos, de acordo com a proposta do curso Alfabetização e Linguagem, com minhas turmas do primeiro ano do ensino médio, percebi que o aproveitamento dos alunos foi melhor ao acionar o conhecimento prévio e ao trabalhar os tipos textuais e o gênero textual. Também houve um resultado muito bom no trabalho de intergêneros cuja proposta foi a leitura dos contos do livro "Meu Tio Matou um Cara e outras Histórias" e a adaptação desses contos para histórias em quadrinhos, para textos dramáticos de teatro e para roteiros de vídeos.
O material didático do curso é de excelente qualidade e as propostas de trabalho são inúmeras. Por isso esse trabalho não se encerra com o fim desse ano letivo/2008, esse é só o primeiro de muitos anos letivos em que esses conhecimentos adquiridos e essas propostas serão aplicados por mim em sala de aula.

28º Encontro - Organização do texto escrito

Na hora de se organizar um texto escrito é importante saber qual o gênero e quem são os interlocutores desse texto. Na sala de aula depois que os alunos escrevem os textos e passam a limpo eu peço para que troquem o texto com um colega para que a partir da leitura ele dê sua opinião dizendo se entendeu ou não a mensagem escrita e a partir daí faça sugestões para que o autor do texto melhore a coesão e coerência do que foi escrito.

26º e 27º Encontros - A análise crítica de textos em sala de aula

Ao trabalhar com os alunos a leitura e a interpretação de um texto deve-se propor à turma atividades que estimulem a visão crítica. Pois, as aulas de leitura e interpretação devem permitir que o aluno veja o que está por trás do texto, promovendo nele um despertar, uma visão mais crítica sobre a temática abordada. Deve-se levar, também, em consideração o implícito e o subentendido do texto.
Um dos aspectos fundamentais da significação lingüística é o conceito de implícito, que se refere àquilo que um enunciado significa, que pode não estar diretamente dito no enunciado (Guimarães 2006).
O conceito de subentendido é concebido por Ducrot (1987) como insinuações presentes numa frase ou num conjunto de frases que não são marcadas lingüisticamente. Segundo Guimarães, 2006, esse conceito permite acrescentar alguma coisa "sem dizê-la, ao mesmo tempo, em que ela é dita".
Segue um exemplo de um exercício tirado do livro de português com o qual trabalho com meus alunos do ensino médio, os autores são William Cereja e Thereza Cochar, editora Atual.

Diálogo: Wood e Stock (Charge)
_ "Vinte anos atrás eu vivia na base de sexo,drogas e rock in rooll !.
_ Eu também !
_ Passava noite e dia viajando de ácido, escutando Jefferson air plane...
_ Eu também !
_ ... E fazendo sexo com a Bete Speed, minha noiva !
_ Eu também !"
Perguntas:
1) Quais são as duas maneiras possíveis de interpretar o enunciado de Stock no último quadrinho?
2) Qual a palavra da fala de Wood que é fundamental para que a última fala de Stock possa ser interpretada de duas maneiras ?
3) Levando-se em conta os padrões morais de nossa sociedade, qual das duas maneiras de entender a última fala de Stock provoca riso no leitor ?
Respostas:
1) Primeira maneira : Stock fez sexo com sua própria noiva. Segunda maneira: Stock fez sexo com a noiva do amigo.
2) "Minha".
3) A idéia de que Stock teria feito sexo com a noiva do amigo é que provoca riso.
Observa-se que este exercício de interpretação de texto trabalha com os conceitos de subentendido e pressuposto, como se pode observar nas perguntas. O aluno na tentativa de respondê-las não encontra respostas explícitas no texto como geralmente é acostumado a fazer. Ele dará resposta de acordo com o sentido que está subentendido.


O que se pode explorar numa fábula e em uma piada?
Tendo em vista que uma das propostas dos PCNs é o trabalho com gêneros textuais diversificados, a fábula e a piada são textos ricos em pressupostos e subentendidos que nos oferecem a possibilidade de trabalhar com os alunos de forma lúdica e divertida.
Na fábula, pode-se trabalhar os valores morais e éticos ao fazer com a turma uma reflexão sobre a mensagem implícita na fábula lida e depois pedir que o aluno conte para a turma algum fato vivido por ele ou por alguém que ele conheça que causou consequências parecidas ao ocorrido com o personagem da história. Ou mesmo o professor pode lembrar aos alunos alguma notícia, amplamente divulgada na mídia, envolvendo problemas éticos e morais semelhantes aos da fábula.
A Piada é outro gênero textual muito apreciado e conhecido pelos alunos. Esse gênero nos oferece diversas possibilidades de trabalho pedagógico lúdico, com o qual podemos trabalhar o pressuposto e subentendido do texto. Pode-se pedir que duplas de alunos escrevam uma piada conhecida e dê para que outra dupla leia e analise qual foi o conhecimento prévio que os ajudou a compreender o texto.

23º, 24º e 25º Encontros - Ortografia

Existem inúmeras maneiras para se ensinar ortografia, por exemplo, pode-se fazer ditados, fazer brincadeiras usando jogo da memórias e fazer consultas ao dicionário.
Exemplos de atividades para sala de aula:
Primeiro deve-se fazer um ditado de palavras.
Depois, pedir aos alunos para elaborar palavras cruzadas com pelo menos 10 palavras que apresentaram alterações ortográficas no ditado.
Uma outra atividade didática seria incentivar, de forma lúdica, os alunos a identificarem raízes de palavras e pesquisar a sua origem. Ainda nesta atividade, pode ser agregada a iniciativa de levar os alunos a criarem novas palavras ou a utilizarem prefixos e sufixos com os radicais, e a constatar seu efeito no significado dos neologismos e depois apresentar o resultado para a turma.

Uso do dicionário
O aluno que cometer um erro ortográfico pode fazer a correção procurando a palavra no dicionário, primeiramente ele deve tentar encontrá-la da forma como a escreveu. Claro, como está errada não irá encontrar a palavra na forma com a grafou. Em seguida, deve-se pedir que capture a palavra e quando encontrá-la a copie da forma como a encontrou no dicionário, ou seja, corretamente, observando em que parte fez permuta ou omitiu letras e acentos, depois deve-se pedir ao estudante que copie também todas as palavras- irmãs (cognatas) da palavra que apresentou dificuldade em grafar corretamente. Ao copiar as palavras o aluno estará memorizando a forma de grafá-la e isso o ajudará a aprender a escrevê-la.

22º Encontro - Mudanças Lingüísticas

As mudanças lingüísticas estão diretamente ligadas às mudanças sociais, quando uma sociedade muda porque recebeu muitos imigrantes, ou porque houve mudanças tecnológicas, científicas e políticas relevantes, a tendência é que ocorram também mudanças lingüísticas.
Marcos Bagno, faz uma observação interessante a respeito das muddanças lingüísticas quando diz:
"As línguas não se desenvolvem, não progridem, não decaem, não evoluem, nem agem de acordo com nenhuma das metáforas que implicam um ponto final específico ou um nível de excelência. Elas simplesmente mudam, como as sociedades mudam. Se uma língua morre é porque seu status na sociedade se alterou, na medida em que outras culturas e línguas a sobrepujaram: ela não morre porque "ficou velha demais" ou porque "se tornou muito complicada", como às vezes se pensa. Também não se deve pensar que, quando as línguas mudam, elas o fazem numa direção predeterminada. Algumas estão perdendo flexões; outras estão ganhando. Algumas estão se fixando numa ordem em que o verbo precede o objeto; outras, numa ordem em que o objeto precede o verbo. Algumas línguas estão perdendo vogais e ganhando consoantes; outras fazem o oposto. Se formos usar metáforas para falar da mudança lingüística, uma das melhores é a de um sistema que se mantém num estado de equilíbrio, enquanto as mudanças ocorrem dentro dele. Outra é a da maré, que sempre e inevitavelmente muda, mas nunca progride, enquanto flui e reflui."